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Apenas mais um sonho...

  Essa noite eu sonhei com você.  Um sonho desses bem malucos.  Do nada, do nada mesmo, nós estávamos em um lugar sujo, andávamos de mãos dadas. Mas não daquele jeito romântico, era só pra gente não se perder na multidão mesmo. E para nos apoiarmos caso a gente tropeçasse em algum buraco daquele lugar estranho. Não sei como eu cheguei lá, nem te vi chegando também. De repente você estava ali, do meu lado, falando comigo como se não fizesse alguns bons pares de anos que a gente não se cruza.  Assim como no passado, você me contava seus problemas, seus sonhos, me pedia conselhos. E eu te ouvia com a mesma atenção, com o mesmo interesse… e te ajudava com os meus conselhos… como sempre, mas com a sabedoria que eu tenho hoje…  E eu te contava meus problemas, meus medos, minhas inseguranças… meus planos… ali, sempre buscando a aprovação de sempre, daquele jeito só seu que sempre me deu força, que sempre me fez acreditar em mim quando eu mesma já tinha perdido todas as esperanças…  Nessa hora
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Janela da Alma

"Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo." (Leonardo da Vinci) Eu tinha medo de olhar direto nos olhos dele…  Lembrava daquele ditado que dizia que os olhos são a janela da alma…  Se aqueles olhares se cruzassem, será que ele perceberia o que se passava na minha mente?  Eu tinha medo de ler a alma dele também. E o medo de enxergar o que eu queria? Ou o que eu não queria?  Era melhor disfarçar e evitar.  Ele tem partes melhores para serem admiradas…  Quando eu estava sozinha, olhava pro espelho… e sabia… qualquer coisa que eu lesse naqueles olhos, seria a minha própria mente me enganando… Aquele Deus Grego jamais olharia pra mim como eu olho pra ele. Ele tinha uma fila de mulheres perfeitas esperando uma única chance… o que eu tinha pra oferecer? Nada.  Um dia, nossas mãos se tocaram. No outro, nossos dedos se entrelaçaram. Mais um dia e nossos corpos se aproximaram. E os olhos se cruzaram. Meu corpo estremeceu e o medo fez com que eu fugisse. Não tive tempo de enxe

Aquele Abraço...

sensação sen·sa·ção sf FISIOL, PSICOL 1 Reação específica provocada por um estímulo externo ou interno, causando uma impressão sobre os órgãos dos nossos sentidos. 2 Conhecimento intuitivo e geralmente imediato. 3 Vivência significativa que desperta afetos e emoções conflitantes; emoção. 4 Grande impressão, impacto ou surpresa devido a um acontecimento raro, incomum ou especial. ETIMOLOGIAlat sensatĭo, -onis. ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ ؄ Era um local fechado. A música estava alta. Muita gente. Todo mundo feliz, cantando, dançando, balançando os copos cheios...  Eu estava ali, comemorando alguma coisa com todo mundo... O quê? Não lembro. Quem estava do meu lado? Tanta gente... Gente que eu amo, que eu não amo... Gente. Muita gente. O lugar era o mesmo. Já não tinha música. As luzes acesas. Já não tinha muita gente. Ninguém mais estava de pé. Os rostos felizes permaneciam. Alguns copos ainda estavam cheios. Já se via alguns funcionários chegando com suas vassouras... 

O Isolamento Social - Down

Era 21 de março de 2020, uma sexta-feira. Saí do trabalho, e fui pra casa. Poderia ser um dia normal, se não houvesse um fantasma no ar. Nos despedimos todos, sem saber quando voltaríamos.  No primeiro momento, pensei que seria um período tranquilo… eu já estava vivendo um certo isolamento social há algum tempo mesmo… trabalhando tanto, faltando dinheiro pra me divertir, me isolei do mundo. Já tinha um tempo que não conversava muito com ninguém, não conversava por horas com amigas, não tinha histórias pra trocar… e pensei que tudo seria a mesma coisa, porém, no conforto do meu quarto.  E sabe que até foi? Nada melhor que acordar e começar a trabalhar… de vez em quando eu não queria nem tirar o pijama… não precisar escolher roupa, arrumar bolsa… seria um sonho?  Eu fiz vários planos para a tal quarentena… saiu a última temporada de 13 Reasons Why, tem temporada de 3% que eu não assisti, estreou Riverdale, retomar Hemlock Grove e mais um monte de outras que eu pensei em maratonar. Pensei

Não beija o sapo!

Ela era daquelas garotas românticas, que perdia um tempão escrevendo cartas de amor… que fazia surpresas bobas no aniversário de namoro… que planejava o presente romântico no aniversário dele… e que não ligava quando não recebia de volta, pois ela sabia que aquilo era o jeito dela, e ela não podia esperar o mesmo de ninguém.  Ela acreditava em amor à primeira vista… em almas gêmeas… em príncipes encantados… que só se ama de verdade uma vez…  Ela pensava que um dia encontraria a sua tampa da panela, e viveria feliz para sempre… igual nas histórias que ela lia… ela pensava que viveria dias de sol e amor na praia, e dias de chuva e chocolate quente na fazenda… ela pensava que, aos 40 já teria conquistado o mundo, e conhecido uma parte do mundo.  Sabe aquele ditado popular: "o amor é uma flor roxa, que nasce no coração dos trouxas"? Então, ela achava que quem escreveu isso foi alguém mal amado… Será que eu alívio a barra dela se eu disser que todo mundo pensa assim aos 15 anos de

Na Praia.

Era um sábado. Noite. Meus planos estavam dando certo. Ela estava sentada na mesa certa. Com a bebida certa. Ele chegou. Olhou em volta, olhou as costas daquela moça, olhou os seus longos cabelos, sua memória trouxe uma lembrança boa. Sentou-se na mesa atrás dela. Isso, pensei. Ela fechava os olhos quando o vento batia no seu rosto. Respirava fundo quando sentia o cheiro do mar. Seus dedos dançavam no copo gelado. Olhava o mar, seus ombros caíram demonstrando uma sensação que há muito ela não sabia o que era. Ela demonstrou olhar em volta. Não, pensei. Ele chamou o garçom. Um garoto de chinelos e bermudas se aproximou com um bloco na mão. Sem saber, ele pediu o mesmo que ela. O rapaz se afastou. Voltou com a bebida, e perguntou se ele estava esperando alguém, se ele queria mais um copo. Não, estou sozinho. Será, pensei. Ela estava no celular, olhava aquela tela sem parar, mexia aqui, ali, acolá, sem parar. O rapaz de chinelos e bermudas olha para ela, percebe que seu co

O Monstro

Hey! Quem é você? Esse quarto é meu. Saia já daqui, ou será que eu vou ter que chamar a polícia??? Ow, esse computador também é meu, não te autorizei a mexer nele! Como raios você sabe a senha dele? Opa, pera… aí você já está abusando… quer atender meu celular, chamar de mãe a minha mãe, e de sobrinho o meu sobrinho? Bom, tá escurecendo… agora você vai embora, né? NÃO! Na minha cama não! Droga! Não sei por quanto tempo repeti este diálogo… dias e dias sem parar, enquanto aquele ser estranho usufruía de tudo que era meu. Mas, ele simplesmente me ignorou. Nunca na vida fui tão ignorado assim. De vez em quando, ele até me olhava, mas não me via. Sabe? Quando a gente olha algo, mas não enxerga? Pois é… era isso que acontecia. De repente, eu fiquei sem saber o que estava doendo mais… se era ser ignorado, não ser visto ou perder a minha identidade para alguém que pensava ser eu. E a cada dia aquele ser piorava… Eu via calado aquela pele ficar estranha, vermelha